quinta-feira, julho 26, 2012

Todos em festa: algo raro


O recente título palmeirense na Copa do Brasil, além de trazer uma paz (ao menos temporária) ao time de Palestra Itália, ainda fez surgir uma forte pressão sobre quem não andava mais tão acostumado a ela: campeão brasileiro em dezembro de 2008, ou seja, há três anos e sete meses, o São Paulo é agora, dentre os doze maiores clubes do País, o que está há mais tempo sem conquistar um título oficial.


Soa bastante irônico quando lembramos da trajetória tricolor no período 2005-2008. Após reconquistar a América e o mundo em 2005, o São Paulo iniciou um domínio sem precedentes no Campeonato Brasileiro, comandado pelo “especialista em pontos corridos” Muricy Ramalho. Se o futebol pouquíssimo vistoso aos olhos, de muitas bolas cruzadas na área e forte sistema defensivo (o popular “muricyball”) imposto pelo treinador não conseguia maior sucesso em competições de mata-mata (em especial na Libertadores, e coincidentemente sempre contra outros times brasileiros), no Brasileiro, entretanto, parecia até ser destinado a ter êxito eterno.

Mas Muricy se foi em 2009, após mais um fracasso na Libertadores, e o São Paulo iniciou sua seca. E embora um jejum de menos de quatro anos nem pareça tão grave em um País que conta com tantas equipes de tradição para brigar pelas taças, a paciência do torcedor dá cada vez mais mostras de ter se esgotado.

O cenário é agravado pelo momento dos rivais. O Corinthians acabou de ganhar sua primeira Libertadores e também a alforria de muitas gozações; o Santos lamentou a perda de seu quarto título continental, mas ficou com o consolo do tricampeonato estadual; e o Palmeiras, nos últimos tempos o achincalhado “patinho feio” da turma, ressurgiu com a conquista, até bem poucos dias atrás inesperada, da Copa do Brasil.

O São Paulo tem ainda duas chances de “salvar” seu 2012: o Campeonato Brasileiro e a Copa Sul-Americana. Se levar pelo menos um dos dois troféus, igualará um feito que foi alcançado apenas uma vez na história, em 1998, quanto todos os quatro principais times paulistas conseguiram conquistar títulos oficiais em uma mesma temporada.

Na ocasião, o São Paulo foi campeão estadual, em maio daquele ano, batendo o Corinthians na decisão por 3 x 1, em jogo que marcava o retorno do ídolo Raí, de volta após cinco temporadas no futebol francês. O Tricolor campeão alinhava Rogério Ceni, Zé Carlos, Capitão, Márcio Santos (Bordon) e Serginho; Alexandre, Fabiano, Raí (Aristizábal) e Carlos Miguel (Gallo); França e Denílson. O técnico era Nelsinho Baptista.

No final daquele mesmo mês, o Palmeiras conquistou sua primeira Copa do Brasil, devolvendo ao Cruzeiro a traumática derrota na decisão de 1996, quando era favorito absoluto. O time de Luiz Felipe Scolari, que conquistaria a Libertadores na temporada seguinte, arrebatou o troféu atuando com Velloso, Neném, Roque Júnior, Cléber e Júnior; Galeano, Rogério, Alex (Arílson) e Zinho; Paulo Nunes (Almir) e Oséas (Pedrinho).

Em outubro, foi a vez do Santos, treinado por Emerson Leão, levar o troféu da Copa Conmebol, ao segurar um difícil empate sem gols contra o Rosário Central, na Argentina, após vencer na ida por 1 x 0. O Peixe conquistou a competição, que seria extinta no ano seguinte, jogando com Zetti, Ânderson Lima, Sandro, Claudiomiro e Athirson; Marcos Basílio, Narciso, Élder e Eduardo Marques; Alessandro Cambalhota (Adiel) e Fernandes (Baiano).

Em 23 de dezembro, o Corinthians faturou o Brasileirão, o segundo de sua história, ao bater o Cruzeiro por 2 x 0 no Morumbi. Vanderlei Luxemburgo era o comandante do alvinegro, que naquele dia atuou com Nei, Índio, Gamarra, Batata (Cris) e Silvinho; Vampeta, Rincón, Marcelinho Carioca e Ricardinho (Amaral); Mirandinha (Dinei) e Edílson.

Por fim, já no dia 29 de dezembro, o Palmeiras arrebatou mais um caneco, desta vez o da Copa Mercosul, cuja primeira edição foi jogada naquele ano, e desta forma assumindo um “título simbólico” entre os grandes paulistas na temporada 1998. Mais uma vez, o Cruzeiro foi a vítima, batido por 1 x 0 no Palestra Itália. Felipão mandou a campo Velloso, Arce, Júnior Baiano, Roque Júnior e Júnior; Tiago Silva, Rogério, Alex (Almir) e Zinho (Agnaldo); Paulo Nunes e Oséas (Pedrinho).


Fotos: Reuters / Gazeta Press / Lance!

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